domingo, 23 de setembro de 2012

Uma canção em Ré maior pra UFPI !!! ♪


“Quiçá, um dia a fúria desse front, virá lapidar o sonho,
até gerar o som,como querer caetanear o que há de bom”
(Djavan)

Por Leôndidas Freire Jr.

O sentido que nos atravessa, enquanto estudantes, servidores, professores e sociedade Piauiense neste momento, é de ponto findo, momento de encerramento de um determinado ciclo administrativo em nossa Universidade. Seguindo essa perspectiva nos cabe uma reflexão sobre qual modelo de Universidade queremos daqui em diante, aliás podemos até, não querermos mais simplesmente “um” modelo - podemos agora realizar por  nós mesmos,  a nossa composição para a UFPI. Darmos os ritmos, pautarmos as melodias, ressignificarmos a perdida harmonia.
Eterno sentimento de avaliação dos tempos passados nos vem neste momento, e sim deve ser eterno, assim como é a roda viva da história que nos faz tomar nossas decisões e rumo de nossas futuras construções no terreno de um hoje, que sempre será nossas experiências passadas. Enquanto estudante da UFPI, por  4 anos, sendo membro de 2 grupos de pesquisa do CNPq, realizado pesquisa de Iniciação Científica Voluntária- PIBIC CNPq, tendo participado de 2 gestões de Centro Acadêmico, tendo ajudado a fazer e administrar a primeira revista acadêmica científica digital da UFPI, de iniciativa exclusiva de alunos, por ter participado da comissão de enfrentamento a reitoria e reelaboração do currículo do meu curso, por ter me inserido em todas as lutas do movimento estudantil, das pautas de conjuntura às culturais,  por ser bolsista do PET (Programa de Educação Tutorial) mais antigo da Universidade. Por tudo isso, me sinto a vontade para falar das minhas experiências,que o leitor talvez compartilhe de algumas delas.  Considerando a minha intrusão (no bom sentido), nas várias coisas da antiga nota musical da administração dessa Universidade, tentando sempre ser a notinha dissonante, percebi que essa dissonância que é compartilhada pela maioria foi alvo de fortes investidas por uma nota rasa, rápida e sem possibilidades de extensão, de pesquisa, e tampouco de aprofundamento em políticas de ensino, uma nota que não pôde gerar alegria, por ser una, fraca em comparação a todas as outras que em meio a tantas peculiaridades negativas, insistiram positivamente em cantar outros ritmos. Devido a outros ritmos, os ocupantes do dito “poder” usaram de um volume mecânico maior para estender a sua sonoridade, essa nota infelizmente se personificou na gestão anterior, se espalhando a uma rede de autoritarismo, corporativismo e banimento de discussões coletivas, tomadas de decisões, que nunca foram abertas a comunidade acadêmica.
É sabido que essa nota trouxe angústia, porém devemos refletir e lembrarmos, para que não se repita,os espancamentos de estudantes em manifestações dentro dos campi da UFPI, em Parnaíba, em Teresina, em diversos momentos, na luta contra as licitações, nos protestos por desvios de conduta e improbidade administrativa, na proibição de se realizar festas, atos culturais, atos que demonstrassem ainda um pouco da alegria presa dos estudantes. Até nestes momentos, houve truculência, força e autoritarismo. Até nosso saudoso espaço de cultura e feição de novas amizades nos foi tirado, sem ao menos nos consultarem, o “Espaço Cultural Noé Mendes” que hoje tristemente está fechado para toda a comunidade da UFPI. Conseguiram  nos tirar até mesmo o direito histórico de resistência democrática, de realizarmos saraus, festas de cursos, rodas de violão, festivais de música autoral dentro da UFPI. Hoje quando vamos realizar uma calourada, deve ser feita fora da Universidade, isso é só a personificação espacial do momento triste e apático.
Poderoso sozinho time destes que não sabem qual o papel real de uma Universidade, que não de ser de somente nos entregar um pedaço de papel, mas ser peça chave em nossa vida, nos fazendo interagir com outros, aprender a diversidade dos outros, aprender a ouvi-los, aprender que o mundo são vários sons, e é somente dentro dessa multiplicidade que podemos chegar a o ponto de respeito mútuo, e de cidadãos compromissados com uma outra sociedade.
Justo Chico Buarque,  em uma canção em Ré maior, nos encaminha no rumo da mudança, e nos faz ser parte dela;  “Apesar de você/Amanhã há de ser outro dia/Eu pergunto a você onde vai se esconder/Da enorme euforia?/Como vai proibir/Quando o galo insistir em cantar?/Água nova brotando/E a gente se amando sem parar/Quando chegar o momento/Esse meu sofrimento/Vou cobrar com juros. Juro!/Todo esse amor reprimido/Esse grito contido/Esse samba no escuro/Você que inventou a tristeza/Ora tenha a fineza/De desinventar".
E agora chegou o momento, de liberarmos a fúria contida desse front, lapidarmos esse sonho, mudarmos essa Universidade! Por ter lido as propostas, por ter conversado de perto com os que fazem esse movimento de mudança não personificado em nenhuma figura única, centrista, mas de uma iniciativa coletiva com propostas concretas de mudança(Como a convocação de uma estatuinte democrática, para decidirmos conjuntamente o que deve mudar e acrescentar na UFPI! É junto com  as concepções libertárias da Chapa 01 que dividem com todos nós, não só a vontade de reestabelecer tudo que nos tiraram, mas como de realizar novas atitudes e projetos partilhados com todos da UFPI!!! Para cobrar com juros todo esse amor reprimido, esse grito contido por essa Universidade, eu conclamo que levantemos o coro em Ré maior, e não só votemos em todos os espaços; CHAPA 01! Mas que sejamos verdadeiramente juntos, com diferenças, discordâncias, erros e acertos, porém com o intuito de mudar sendo parte da mudança em todos os ambitos da UFPI, propagando e cantando em Ré maior a Chapa 01
Bom, e que este novo tempo, seja NOSSO, pois é nosso dever seguir afirmando que a mudança vem com uma UFPI LIVRE, que tenha como horizontes a  DEMOCRACIA, A INDEPENDENCIA E A TRANSPARENCIA, e que a coragem de navegar como piratas em mares revoltos esteja em nós. Que possamos sempre seguir rompendo as amarras da truculência do poder abusivo. Por isso eu convido a todos a estabelecer a mudança; CHAPA 01 NA UFPI!!!  Sigamos cantando...

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