“Quiçá,
um dia a fúria desse front, virá lapidar o sonho,
até
gerar o som,como querer caetanear o que há de bom”
(Djavan)
Por Leôndidas Freire
Jr.
O
sentido que nos atravessa, enquanto estudantes, servidores, professores e
sociedade Piauiense neste momento, é de ponto findo, momento de encerramento de
um determinado ciclo administrativo em nossa Universidade. Seguindo essa
perspectiva nos cabe uma reflexão sobre qual modelo de Universidade queremos
daqui em diante, aliás podemos até, não querermos mais simplesmente “um” modelo
- podemos agora realizar por nós
mesmos, a nossa composição para a UFPI.
Darmos os ritmos, pautarmos as melodias, ressignificarmos a perdida harmonia.
Eterno
sentimento de avaliação dos tempos passados nos vem neste momento, e sim deve
ser eterno, assim como é a roda viva da história que nos faz tomar nossas
decisões e rumo de nossas futuras construções no terreno de um hoje, que sempre
será nossas experiências passadas. Enquanto estudante da UFPI, por 4 anos, sendo membro de 2 grupos de pesquisa do
CNPq, realizado pesquisa de Iniciação Científica Voluntária- PIBIC CNPq, tendo
participado de 2 gestões de Centro Acadêmico, tendo ajudado a fazer e
administrar a primeira revista acadêmica científica digital da UFPI, de
iniciativa exclusiva de alunos, por ter participado da comissão de
enfrentamento a reitoria e reelaboração do currículo do meu curso, por ter me
inserido em todas as lutas do movimento estudantil, das pautas de conjuntura às
culturais, por ser bolsista do PET
(Programa de Educação Tutorial) mais antigo da Universidade. Por tudo isso, me
sinto a vontade para falar das minhas experiências,que o leitor talvez
compartilhe de algumas delas. Considerando
a minha intrusão (no bom sentido), nas várias coisas da antiga nota musical da
administração dessa Universidade, tentando sempre ser a notinha dissonante, percebi
que essa dissonância que é compartilhada pela maioria foi alvo de fortes investidas
por uma nota rasa, rápida e sem possibilidades de extensão, de pesquisa, e
tampouco de aprofundamento em políticas de ensino, uma nota que não pôde gerar
alegria, por ser una, fraca em comparação a todas as outras que em meio a
tantas peculiaridades negativas, insistiram positivamente em cantar outros
ritmos. Devido a outros ritmos, os ocupantes do dito “poder” usaram de um
volume mecânico maior para estender a sua sonoridade, essa nota infelizmente se
personificou na gestão anterior, se espalhando a uma rede de autoritarismo,
corporativismo e banimento de discussões coletivas, tomadas de decisões, que
nunca foram abertas a comunidade acadêmica.
É
sabido que essa nota trouxe angústia, porém devemos refletir e lembrarmos, para
que não se repita,os espancamentos de estudantes em manifestações dentro dos
campi da UFPI, em Parnaíba, em Teresina, em diversos momentos, na luta contra
as licitações, nos protestos por desvios de conduta e improbidade
administrativa, na proibição de se realizar festas, atos culturais, atos que
demonstrassem ainda um pouco da alegria presa dos estudantes. Até nestes
momentos, houve truculência, força e autoritarismo. Até nosso saudoso espaço de
cultura e feição de novas amizades nos foi tirado, sem ao menos nos
consultarem, o “Espaço Cultural Noé Mendes” que hoje tristemente está fechado
para toda a comunidade da UFPI. Conseguiram
nos tirar até mesmo o direito histórico de resistência democrática, de
realizarmos saraus, festas de cursos, rodas de violão, festivais de música
autoral dentro da UFPI. Hoje quando vamos realizar uma calourada, deve ser
feita fora da Universidade, isso é só a personificação espacial do momento
triste e apático.
Poderoso
sozinho time destes que não sabem qual o papel real de uma Universidade, que
não de ser de somente nos entregar um pedaço de papel, mas ser peça chave em
nossa vida, nos fazendo interagir com outros, aprender a diversidade dos
outros, aprender a ouvi-los, aprender que o mundo são vários sons, e é somente
dentro dessa multiplicidade que podemos chegar a o ponto de respeito mútuo, e
de cidadãos compromissados com uma outra sociedade.
Justo
Chico Buarque, em uma canção em Ré
maior, nos encaminha no rumo da mudança, e nos faz ser parte dela; “Apesar
de você/Amanhã há de ser outro dia/Eu pergunto a você onde vai se esconder/Da
enorme euforia?/Como vai proibir/Quando o galo insistir em cantar?/Água nova
brotando/E a gente se amando sem parar/Quando chegar o momento/Esse meu
sofrimento/Vou cobrar com juros. Juro!/Todo esse amor reprimido/Esse grito
contido/Esse samba no escuro/Você que inventou a tristeza/Ora tenha a fineza/De
desinventar".
E
agora chegou o momento, de liberarmos a fúria contida desse front, lapidarmos
esse sonho, mudarmos essa Universidade! Por ter lido as propostas, por ter conversado
de perto com os que fazem esse movimento de mudança não personificado em
nenhuma figura única, centrista, mas de uma iniciativa coletiva com propostas
concretas de mudança(Como a convocação de uma estatuinte democrática, para
decidirmos conjuntamente o que deve mudar e acrescentar na UFPI! É junto com as concepções libertárias da Chapa 01 que
dividem com todos nós, não só a vontade de reestabelecer tudo que nos tiraram,
mas como de realizar novas atitudes e projetos partilhados com todos da UFPI!!!
Para cobrar com juros todo esse amor reprimido, esse grito contido por essa
Universidade, eu conclamo que levantemos o coro em Ré maior, e não só votemos
em todos os espaços; CHAPA 01! Mas que sejamos verdadeiramente juntos, com
diferenças, discordâncias, erros e acertos, porém com o intuito de mudar sendo
parte da mudança em todos os ambitos da UFPI, propagando e cantando em Ré maior
a Chapa 01 ♪
Bom,
e que este novo tempo, seja NOSSO, pois é nosso dever seguir afirmando que a
mudança vem com uma UFPI LIVRE, que tenha como horizontes a DEMOCRACIA, A INDEPENDENCIA E A TRANSPARENCIA,
e que a coragem de navegar como piratas em mares revoltos esteja em nós. Que
possamos sempre seguir rompendo as amarras da truculência do poder abusivo. Por
isso eu convido a todos a estabelecer a mudança; CHAPA 01 NA UFPI!!! ♪
Sigamos cantando... ♪