quarta-feira, 24 de junho de 2015

O facão enlagrimado

Só a lâmina pode fazer aquele barulho da carne,
A carne parada, é silenciosa e sempre pronta pra decepcionar;
Um instrumento dentro de uma capa, pode estar pretendendo se vender.
Como tudo que se vende, a vontade é sempre a frente da necessidade...

As vezes não!
Só naquele dia não foi, talvez por um segundo poderia ter sido, mas não foi;
Foi dor, foi necessidade, foi tristeza foi angústia, foi duro demais, sincero.

Tantas vezes ele esteve de frente a um trem.
Quantos momentos ele se sentiu como um nada renegado?,
Quantas piadas ele escutou? Quais sonhos? Vontades ?
Aquele cara só tinha seus 30 anos,
E suspirava no reflexo; "já tenho 30 anos..

Gente, me desculpa eu não queria imcomodar;
É que eu estou desempregado...
Naquele espaço, não se fazia mais sentido nada que antes fosse racional.
Naquele momento, nada valia tanto assim...

Nem mesmo o dinheiro..
"Eu não preciso de tanto assim."
"Graças a Deus"
Mas ja se passaram 14, 20, 23, 30 e aqui? Até aqui?
O que fizemos?

O que vivemos até aqui?
O que é que tem ali? Ali no outro lado da rua... da avenida... da esquina.. dos anos 90???
Como ele iria saber... se ele nao conseguia vender.. o facão...
O facão enlagrimado, para aquelas carnes presunçosas...